A esperança, a motivação e o envolvimento ativo dos participantes são essenciais para que uma psicoterapia floresça. Com estas características servindo como um solo fértil, é a relação terapêutica o fator vital para uma psicoterapia bem-sucedida. É muito importante que os pacientes sintam que o seu terapeuta “encaixa” bem com eles, o que não significa que não haja desafios na relação terapêutica; na verdade, o trabalho de resolver em conjunto ruturas relacionais pode ser extremamente frutífero no itinerário de uma relação de confiança e de uma terapia construtiva. As relações humanas desencadeiam as emoções mais fortes, e a psicoterapia centra-se nestas. Algumas, como por exemplo a culpa ou a vergonha, chegam a ser tão dolorosas e adquirem tal poder, que se tornam impossíveis de reconhecer ou admitir para nós próprios e/ou outrem. Este poder manifesta-se na criação de mecanismos que mascaram tais dores, e às vezes na tomada de decisões impulsivas que condicionam uma vida, nem sempre para melhor; tudo para suprimir o intolerável. A tomada de consciência sobre o que se passa ou passou inconscientemente pode soltar as garras do poder de mecanismos inconscientes que já não nos servem ou que são mesmo destrutivos; pode trazer paz e abrir opções antes não contempladas. Uma maior consciência de nós próprios, da nossa história, das motivações, reações e normas que regem o nosso pensamento e comportamento pode ser desconfortável e até doer – mas em última análise levar a uma grande melhoria de vida. A psicoterapia pode instigar, acelerar, alimentar e acompanhar esta viagem.